terça-feira, 19 de abril de 2011

Crônicas do Fogo e do Gelo


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No dia 17 de abril, estreou na HBO americana a serie A Game of Thrones, baseada na saga de novelas Crônicas do Fogo e do Gelo, de George R.R. Martin.

Esta série de livros narra a história dos Sete Reinos do Ponente, e a intriga para ocupar seu Trono de Ferro. A novela se encontra no 4 volume, sendo eles “A Game of Thrones” (1996); “A Clash of Kings” (1998), “A Storm of Swords (2000) e “A Feast for Crows” (2005). O quinto volume, “A Dance with Dragons” será publicado em julho de 2011 após susessivos atraso de seu autor. No Brasel apenas o dois primeiro, Guerra dos Tronos e Fúria de Reis, foram publicados, pela editora Leya.

Gostaria de destacar que este autor é um de meus favoritos. Primeiro, ele também é RPGista, sendo um dos criadores do universo ficcional comprtilhado “Wild Cards” ou em português, “Cartas Selvagens”, presente na versão nacional do Gurps Supers. Segundo, ele decidiu ser escritor após ter uma carta sua respondida em uma revista em quadrinhos Fantastic Four #20 (Nov 1963). E terceiro, ele criou as Crônicas do Fogo e do Gelo – fantasia medieval sem frescura (ou seja, sem elfos nem relações maniqueístas).


Assim, na malandragem, estou traduzindo uma postagem do excelente de Dorsai, um dos autores do blog  rolero (RPG em espanhol) “El Bibliotecario’", que analisa o segundo RPG ambientado neste grande universo de fantasea medieval. Posteriormente pretendo cometer um sacrilégio, e adaptar os principais personagens desta magnifica novela em personagens de Mutantes & Malfeitores.

Prólogo
Alguns devem saber que a extinta editora Guardians of Order publicou em 2005 um RPG baseado nas mesmas novelas. Este empregava o famoso - ou infame- sistema D20, ainda que em sua edição Deluxe incluísse também como sistema alternativo o Tri-Stat - o sistema da casa da Guardians of Order. O livro não estava mal, ainda que a me parecer o sistema D20 não agregava nada. Sua edição espanhola - das mãos da Devir - ganhou certa infâmia devido a um problema de que encardenação fazia com que o livro tivesse certa tendência a desmontar-se nas mãos do leitor.


O jogo, entretanto, nunca chegou a ter o êxito que parece corresponder a um produto derivado de tão admiradas novelas. A teoria de Dorsai é que o livro estava mal focado já que não fazia nada mais do que apresentar o mundo e o sistema de jogo de modo que devia ser você sozinho a encontrar uma maneira de encaixar um grupo de aventureiros no mais puro estilo D&D a um dos mundos mais complexos e realistas da literatura fantástica. Francamente, era quase impossível de jogar.


E agora é Green Ronin quem se atreve com este mundo… e a Edge a edita na España.


Nota: Comentários ao trabalho da Devir-Es a parte, acho bom contextualizar a Green Ronin para o leitor brasileiro. Esta editora americana sediada em Seattle, a capital mundial do Grunge, é mais famosa no Brasel graças ao trabalho da Jambô, que edita aqui os livros da série Mutantes & Malfeitores e de Porto Livre da série de aventuras para D20 System Terror, Morte e Loucura em Porto Livre.
Já a Guardian of Order é uma editora canadense, que conforme Dorsai fala em seu post, já fechou. O único produto desta editora a chegar em terras tupiniquim é o magástico BESM d20, editado no Brasel pela Devir.

Analise do Livro básico
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O livro básico é um tomo de umas 220 páginas todo colorido e de capa dura. Aportada nos mostra uma ilustração da batalha do Tridente na qual aparecem lutando o futuro rei Robert Baratheon e o príncipe heredeiro Rhaegar Targaryen. Dorsai diz que não gosta como o autor retratou a Rhaegar, mas admite que Robert Baratheon que ele criou impresseona. Além disso, o fundo vermelho do céu é encantador. O texto se estrutura em onze capítulos distintos que são detalhados a seguir:
  • O capítulo 1 é o que retrata a ambientação. Em apenas 18 páginas se da um retrospecto da historia e da cultura do continente de Ponente. Pode parecer muito escasso para um jogo de estas características, mas há de se levar conta que os desenvolvidores fizeram um gran trabalho de síntese com o texto deste capítulo e que ademais dentro de poucos meses sairia o livro de cenário do jogo… e esse sem é bem mais extenso, mais que o livro básico de fato.

  • O capítulo 2 detalha em suas 17 páginas o sistema básico de jogo e mostra também os arquétipos de personagens pré-gerados que estão pronto para jogar ou para servir de exemplo da criação de personagens do capítulo seguinte.

  • O capítulo 3, como já se disse, nos apresenta o sistema de criação de personagens. Ainda que é certo que para criar um personagem deve-se recorrer também ao dois capítulos seguintes (ou aos três seguintes se devemos ademais criar uma Casa).

  • No capítulo 4 são detalhadas as habilidades e as especialidades que um personagem pode possuir assim como suas mecânicas e dificuldades de exemplo.

  • No capítulo 5 são detalhados o que o jogo chama pontos de destino e qualidades (algo como os consagrados pontos heróicos e as qualidade e defeitos).

  • O capítulo 6 é um dos mais originais e interessantes uma vez que nos detalha as mecânicas de criação e gestão da Casa e das terras. Com isso se refere, claro,as Casa nobres menor a que os personagens jogadores podem pertencer.

  • O capítulo 7 é o clássico capítulo de Equipamento e detalha, além das de estatísticas de armas e armaduras, todo tipo de bem e serviço que pode ser adquiridos no Ponente, assim como sua economia geral.

  • Crônica do Gelo e do Fogo não é um jogo de dungeon crawling… e uma das diferencias a respeito a esse tipo de jogos é este capítulo 8, que nos detalha as regras para Intriga... porque não é só nos campos de batalha se resolvem as guerras.

  • O capítulo 9 detalha o sistema de combate, uma versão mais específica do sistema de jogo geral. Porque nos campos de batalha também se resolvem as guerras. XD

  • O capítulo 10 trata acerca da Guerra. O combate corpo-a-corpo serve quando se controla a um único personagem que é somente responsável por si mesmo, mas quando se controla uma Casa inteira necessitas de algo mais. As mecânicas para as campanhas bélicas e suas batalhas se apresentam aqui.

  • Finalmente o capítulo 11 do livro é o dedicado ao Narrador. Nele são apresentados conselhos e ferramentas para a narração assim como certas mecânicas específicas, idéias para estilos de jogo distintos ao proposto, estatísticas para possíveis inimigos e feras, etc.

Bom, na segunda parte vai ser apresentado uma analise detalhada de Dorsai do sistema de regras, criação de personagem, intriga e outros livros que foram publicados pela Green Ronin.

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Antes de terminar só quero dizer que o sistema de intriga que é um dos pontos chaves deste sistema é derivado do sistema “Conflicts and Challenges” (Conflitos e Desafios) do suplemento Mecha & Manga de Mutantes & Malfeitores, que foi prometido pela Jambô para Abril/Maio de 2011.


Postado originalmente em

2 comentários:

  1. O jogo, entretanto, nunca chegou a ter o êxito que parece corresponder a um produto derivado de tão admiradas novelas. A teoria de Dorsai é que o livro estava mal focado já que não fazia nada mais do que apresentar o mundo e o sistema de jogo de modo que devia ser você sozinho a encontrar uma maneira de encaixar um grupo de aventureiros no mais puro estilo D&D a um dos mundos mais complexos e realistas da literatura fantástica. Francamente, era quase impossível de jogar.

    ai fernando o que tu sugeria para resolver este problema??

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  2. Só para deixar claro - o comentário de Dorsai corresponde a edição Game of Thrones D20. Uma vez que não reformula a forma como é constituído um grupo de jogo, a edição da Guardian of Order estava fadada ao fracasso.
    A edição da Green Ronin, entretanto, foca o jogo no que realmente interessa a um fã desta obra de George R. R. Martin: a intriga. Ao permitir aos jogadores criarem sua própria Casa Menor e participar da política dos Sete Reinos, o que favorece o surgimento de um grupo adequado a este tipo de histórias.

    Mas o que realmente fez o jogo ser bem sucedido é o sistema de intriga. Imagine o combate no D&D - se tirar ele de uma história, para que fazer um personagem? O sistema de intriga funciona como o sistema de combate em D&D - salvo suas diferenças essenciais - uma vez que cada qual trata de temas diferentes.

    E deve-se ressaltar que diversos rpg's mainstream já estão tratando deste assunto. O suplemento importado de Vampiro: O Réquiem chamado Danse Macabre trás sistemas de combate baseado em atributos mentais e sociais - bem mais adequados do que os enfadonhos testes resistidos e sustentados, onde se resume a jogar dados e somar sucessos

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